Muitas mulheres tiveram suas histórias relatadas na Bíblia em apenas um verso, ou parte de uma história de um capítulo, mas que tiveram grande aprendizado, grandes lições onde podemos tirar proveitos para os dias de hoje... mulheres pecadoras, mulheres que precisavam de cura física e da alma, mulheres piedosas que através do silêncio das orações o Senhor ouviu suas petições, mulheres que no silêncio de suas perdas foram lembradas e honradas...
Vamos conhecer a história de uma mãe em silêncio mencionada no livro de Samuel, que reverteu o quadro de um história de guerra e morte, em uma luta de coragem e perseverança.
Porque essa mulher nos inspira, e me inspira a estar relatando sobre sua trajetória, até desconhecida para muitos.
Seu nome Rispa, filha de Aiá. Ela era concubina do rei Saul e teve 2 filhos: Armoni e Mefibosete.
Seu nome em hebraico significa "Pedra brilhante" - sua história se passou em Gibeá, em 1.022 a.C.
Sua atitude e postura de resistência, em favor da vida, está registrada em 2 Samuel 3:7-8; 21:1-14.
Seus dois filhos e mais cinco netos de Saul, filhos de Merabe, filha de Saul foram entregues, por Davi, aos gibeonitas, como expiação pelo massacre executado pelo rei Saul.
(leia a história na integra em Samuel e Josué 9:3-15, para conhecer os detalhes que ocorreu a mortes dos sete homens israelitas).
Os gibeonitas crucificaram os sete israelitas, deixando seus corpos expostos, desde princípio da ceifa da cevada na primavera, por todo o ardente estio, até à queda das chuvas periódicas em outubro.
Agora, deixemos que esta mulher abra nossos olhos e nos fale, através de sua ternura, coragem e presença silenciosa:
de protesto e resistência; de perseverança e esperança; de amor e paixão pela vida.
Vamos olhar para os dias de hoje, que pode funcionar como um espelho para a nossa vida, queremos contemplar a realidade de tantas mulheres no mundo de hoje, onde são retratadas histórias de violência e de resistência que precisam ser lembradas e recontadas para reavivar a esperança na vida, pra além da morte, são histórias de mulheres que enfrentaram situações semelhantes como as de Rispa.
"Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de cilício,e estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da colheita, até que a água do céu se aproximassem deles de dia,
nem os animais do campo de noite"
2 Samuel 21:10
Rispa, certamente tomada de profunda dor, não ousou falar uma palavra sequer. Armou uma tenda e ali ficou vigilante e alerta. O texto diz que Rispa, durante todo esse tempo, conservou-se sentada sobre uma rocha, perto do lugar onde estavam expostos os sete israelitas, não consentindo que de dia as aves do céu, e de noite as feras do campo devorassem seus corpos (2 Sm 21:1-11).
Aproximadamente seis meses, ela vigiou e protegeu os sete corpos. Eu creio que outras mulheres se uniram a ela em solidariedade. O protesto individual tornou-se coletivo, adquirindo assim uma grande força.
Nessa passagem podemos fazer inúmeras perguntas, um momento tão violento pode ser considerado sagrado (bom! isso é para um outro estudo) hoje vamos reler a atitude da Rispa para os nossos dias, ela e seu grupo resistem contra a morte violenta, estúpida e sem sentido, até por que ela nada pode fazer para impedir a morte de seus filhos e dos demais.
Rispa foi alimentada por uma verdadeira paixão pela vida. Sua fonte de resistência certamente é o Deus da Vida. Perseverou dia e noite.
O que nos ensina esta mulher para nossa espiritualidade?
- Nosso Deus não quer nem necessita de sacrifícios humanos, Deus sofre e é solidário com todo sofrimento provocado pela violência, Deus sofre com o desrespeito à dignidade humana, por isso assumiu o caminho da cruz e da morte de cruz. Ai Ele próprio é atingido pela violência, mas o AMOR continua sendo a última palavra.
E ai se encontra Rispa, zelando pelos sete corpos mortos. Com um sentimento de indignação Rispa é a imagem de Deus, com sua presença silenciosa, solidária, ela não grita, não toma nenhuma vara para bater e espantar quem se aproxima. Protesto silencioso contra a injustiça de homens inocentes. Uma mulher que não quer enrijecer seu sentimento de dor e de luto, com ódio e vingança..
A história de Rispa provoca e nos desafia espiritualmente, onde sua coragem de mulher cresce porque acredita na vida, embora sem poder salvar a vida de seus filhos, decidiu que eles não receberiam mais nenhuma desonra depois de mortos.
A dedicação de Rispa tocou o coração do rei Davi e ele deu a seus filhos e aos outros homens um sepultamento adequado.
A história de Rispa nos convida a fortalecer e perseverar a nossa fé.
A viver em confiança no Deus amigo e bondoso que acolhe e não castiga,
nem exige sacrifícios humanos.
Fortalece nossa imagem de um Deus Vivo e Providente que eleva os humildes e
derruba do trono os poderosos e corruptos.
Para Reflexão:
E assim é, conhecemos numa pequena história escondida e contada na Bíblia,que em momentos de crise o povo de Deus busca estratégias de resistência, para defender a vida.
Rispa nos ensina a ser uma mãe dedicada e afeiçoada e que ao mesmo tempo nos ajuda a questionar a nossa posição diante das atrocidades.
O que faz uma história tão violenta tornar-se Palavra de Deus? Coragem? Perseverança? Fé? Ousadia?
Como mãe, voce teria atitudes semelhantes ao de Rispa ou simplesmente aceitaria as circunstâncias, pois diante da morte não poderia fazer mais nada?
Deus recompensou sua dedicação, sua coragem, sua perseverança, assim como Deus nos recompensará por nossa dedicação a Ele de modo muito mais grandioso. Amém!
Esteja comigo durante o mês de março.
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No final teremos um sorteio especial para quem curtiu, compartilhou, e comentou diariamente (esse sorteio é somente para as mulheres no Japão)... as do Brasil eu estarei preparando uma surpresa.
Um grande Abraço, e até dia 18/3 com o post sobre Uma Mulher de Destaque!
Deus te abençõe!!
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